12 de julho de 2015

Papa cita as Missões Jesuíticas como exemplo de sociedade em visita ao Paraguai

O Papa Francisco chegou nesta sexta-feira (10) no Paraguai, onde encerra sua viagem na América do Sul. O Papa já passou pelo Equador e pela Bolívia nesta que é a nona viagem internacional de seu pontificado. Na chegada ao Paraguai, em Assunção, o Papa foi recebido com Hinos das Reduções jesuíticas.

Após a recepção, foi apresentado um espetáculo multimídia nos jardins do palácio do governo, dirigido por Luis Szaran, que mostrou obras de arte missioneiras, música barroca e arquitetura da época Jesuítico-Guarani. 

Na tarde do dia 11, em reunião com a sociedade civil no Palácio dos Esportes León Condou, o Papa citou as reduções da Companhia de Jesus na América Latina como interessante exemplo de sociedade. “Paraguay es conocido en el mundo por haber sido la tierra donde comenzaron las reducciones, una de las experiencias de evangelización y organización social más interesantes de la historia”, disse.



Nelas, disse o pontífice, “el Evangelio fue alma y vida de comunidades, donde no había hambre, ni desempleo, ni analfabetismo, ni opresión”. “Esta experiencia histórica nos enseña que una sociedad más humana también hoy es posible”.

Bergoglio, em seguida, convidou os jovens a ouvir os mais velhos e avós “porque sus memorias de vida pueden enseñas mucho" e propôs o diálogo “cómo medio para forjar un proyecto de nación que incluya a todos”.

Francisco citou a experiência das missões paraguaias como um exemplo do sistema econômico e social que se preocupa com o bem comum, em vez de interesses individuais, e cria uma sociedade inclusiva na qual os pobres não são marginalizados. É o tipo de sistema financeiro em que o papa tem insistido várias vezes nesta viagem para corrigir o “perverso” sistema financeiro global existente.


“Cuando hay amor al hombre, y voluntad de servirlo, es posible crear las condiciones para que todos tengan acceso a los bienes necesarios, sin que nadie sea descartado”, disse ele.

Francisco fez estas declarações apenas alguns dias depois de emitir um longo pedido de desculpas pelos pecados e crimes cometidos pela Igreja Católica contra os povos indígenas do continente, um gesto que provocou aplausos de uma multidão de grupos indígenas e civis na vizinha Bolívia, que também teve Reduções jesuíticas no período colonial. "Alguns podem dizer que quando o Papa fala de colonialismo, ele se esquece de algumas ações da Igreja. Mas eu digo isso a vocês com lamento: muitos pecados foram cometidos contra os povos latinos em nome de Deus", afirmou, na noite desta terça-feira, o primeiro Papa latino-americano da História. "Eu humildemente peço perdão, não apenas pelas ofensas da Igreja em si, mas também pelos crimes cometidos contra povos nativos durante a chamada conquista da América".

Como previsto, o Papa Francisco rezou o Pai Nosso em Guarani durante a missa realizada também no dia 11 no santuário de Caacupé, onde fica a imagem de N. Sra. de Caacupé, esculpida por um índio Guarani por volta de 1600. 


Pai nosso (Padre Nuestro) em Guarani: "Ore Ru, yvágape reiméva, toñembojeroviákena nde réra, Taoreañuamba nde mborayhu, tojejapo ne rembipota ko yvy ári yvágape guáicha.
Eme’ẽ oréve ko árape ore rembi’urã, opa ára roikotevẽva; Ehejareíkena oréve ore rembiapovaikue, rohejareiháicha ore rapichápe hembiapovaikue orendive.
Aníkena reheja roike rojepy’ara’âvai haguáme, ha orepe’a opa mba’e vaígui.
Taupéicha
."


Uma comitiva da Associação dos Municípios das Missões está no Paraguai para realizar um convite para que o pontífice visite as Missões Jesuíticas do território brasileiro.


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