A mostra que já passou por diversos estados do país retrata os momentos vivenciados pelo artista em sua passagem pelas Missões. Através da arte ele apresenta os acontecimentos de relevância religiosa, política e geográfica para a história da América. O local retrata as aldeias indígenas gerenciadas pelos padres jesuítas, que revelavam seus desejos de civilização e evangelização desses povos.
Debruçado neste cenário, Carlos Vergara criou aexposição. Na passagem pela cidade, vários tempos e espaços se encontraram, transformando-se em telas, lenços, fotografias em 3D e no vídeo Sudário. Os trabalhos também relatam as possibilidades de uma vida comum, na qual as diferenças eram assumidas, cultivadas e reinventadas.
O artista nasceu em 1941 em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e já na década de 1950 iniciou seus trabalhos com artesanato de joias. Após descobrir seu talento para o desenho e a pintura, Carlos Vergara participou de importantes mostras nacionais, tais como a Nova Objetividade Brasileira. Utilizando elementos naturais brasileiros, o artesão ampliou suas técnicas e, atualmente, insere o cenário nacional em seus materiais produzidos nas artes plásticas.
"Carlos Vergara viaja para pintar, buscando no deslumbramento do ver pela primeira vez a força motriz da sua poética visual. A viagem desnaturaliza o olhar, tira dele a força do hábito e das convenções. A viagem, no fundo, é uma metáfora para o fazer da obra – ir em busca de diferentes formas de ver e de ser no mundo. A experiência de São Miguel é um momento decisivo desse “ir em busca” no interior da poética de Vergara."