O plano de tematização para a pousada tem o objetivo de estabelecer uma relação de leitura e apreensão a partir de elementos relacionados à alma e essência histórica deste lugar. Vários painéis de história trazem informações e imagens que mostram aspectos físicos, sócio-econômicos e culturais da história missioneira. Uma abordagem temática aparece na arquitetura da Pousada, identidade visual, tratamento de mobiliário, ornamentos, artesanato, revestimentos e obras de arte presentes em cada um dos quartos.
Cada um de nossos ambientes de convívio, apartamentos e alojamentos possui um nome relacionado à temática missioneira:
Cada um de nossos ambientes de convívio, apartamentos e alojamentos possui um nome relacionado à temática missioneira:
Igá
Nhamandú
Os Guarani eram argonautas por natureza. Exímios navegadores, podiam navegar grandes distâncias através de rios turbulentos e encaichoeirados. Construir a “Igá” (canoa) era uma tarefa coletiva: da derrubada da árvore ou a retirada da casca, até o seu transporte à aldeia, para esculpi-la.
Nhamandú
O papel central da música na sociedade Guarani é mostrado no mito segundo o qual Ñamandu, o deus Sol, antes de criar a Terra, concebeu primeiramente a linguagem humana. Em segundo lugar, criou o fundamento da relação social baseada na solidariedade, e em terceiro lugar o canto ritual, para somente depois criar o mundo e seus habitantes humanos.
Guǐrapá
O guirapá é uma arma de arremesso, nunca menor que seu proprietário. Podia medir até 2,5m de comprimento com secção circular ou ovalada. A corda era feita em fibras longas e fortes para resistir à tensão no momento de lançamento.
Caá-poraã
De Caá, mato, e Porá, habitante, morador. O Curupira é um caaporá, residindo no interior das matas, nos troncos das velhas árvores. De defensor de árvores passou a protetor da caça.
Huĭ
As “huí” (flechas) eram utilizadas para caça e pesca, em vários tamanhos, associadas ou não a arcos e armadilhas.
Keremba
Ytaiĭ
É o nome em Guarani do machado de pedra, sendo que Ytá significa pedra. No seixo rolado de basalto é esculpido o gume e posteriormente polido. A lâmina seria engastada no cabo do machado através da abertura de uma cavidade num galho jovem, deixando-a ali até que ela fosse apertada pelo crescimento do galho. Depois o galho era cortado, e alisado com plainas de fragmentos de moluscos.
Tambeó
Pindá
Para pescar, os Guarani usavam além das flechas, também espinhas à feição de anzóis (pindá), presas a linhas muito fortes, desfiadas de uma planta a que chamavam tucon.
Ibǐrá acãngagŭa
Conhecido como “pau com cabeça” ou “maça de guerra”, era um significativo instrumento de guerra e de ritual. Na guerra era empregado como arma de choque no combate corpo a corpo.
Como peça ritual, era empregado para golpear a cabeça do prisioneiro que seria consumido na cerimônia antropofágica. Confeccionado em madeira dura e pesada, era também pintado e adornado com plumas. Yequeá
Armadilha em forma de cesto trançado com varetas, privada de uma cavidade interna formando um cone de varetas soltas que se abrem para a entrada do peixe e se fecha logo após sua passagem. Na nossa língua se chama nassa.
Tuvichá
As Tekoa (aldeia Guarani) tinham um chefe chamado “tuvichá”, que poderia ter várias esposas. Era excelente orador e de grande poder de persuasão, gozando de muito prestígio entre os moradores da aldeia.
Panâcũ
Cesto no qual as índias transportam a colheita da roça, lenha, frutos, etc. São elaborados para durar bastante e feitos com uma trama bem compacta, para não permitir que o conteúdo escape de dentro de seu interior.Mŷmbucú
Denominação das lanças, utilizadas tanto como armas de guerra como instrumentos de caça a mamíferos de grande porte.
Mimby
Os Mbya-guarani possuem um repertório numeroso sobre temas musicais em “Mimby pu”, sendo este um instrumento feminino. São elas que confeccionam e escolhem os temas que serão interpretados. Trocando entre si os oito tubos que compõem cada flauta; uma delas interpreta a melodia principal e o restante se ocupa do acompanhamento.
Já o “Mimby puku” ou flauta vertical, é um instrumento utilizado pelos Karai (líderes políticos), para anunciar as boas novas ou visitas de mensageiros, através da interpretação de melodias.
Yarará
Foto do blog Página do Gaúcho |
Mbaraká
Os chocalhos, instrumentos utilizados pelos xamãs (Ramoi guasu) para acompanhar cantos e danças, são denominados Mbaraká mirï.
Gesticulados de diversas maneiras, obtém-se uma variedade de timbres ou efeitos rítmicos e sonoros. Quando utilizado separadamente, sem acompanhamento de outro instrumento, serve para a cura de doenças e limpeza espiritual da aldeia .
Inhambu
Conhecida como perdiz ou perdigão é de ampla distribuição geográfica no Brasil. Mede entre 35 e 37 cm e habita os campos sujos e cerrados. É o maior Tinamídeo campestre no Brasil, sua plumagem apresenta excelente coloração de camuflagem ou mimetismo, com a vegetação de seu habitat.
Taakuát
Taakuát (Guadua sp.). Nome dado ao bambu do qual os Guarani faziam instrumentos musicais. Os instrumentos musicais mais utilizados pelos indígenas eram geralmente feitos de ossos, de cabaças, de bambus, casacas de árvores e taquaras, e decorados com penas e outros enfeites coloridos. Muitos deles eram considerados sagrados. Os mais conhecidos são as maracás, tambores, a flauta e a trombeta de cuia.
Yagareté
A onça (Felis onca palustris) é o felino mais corpulento da América Latina. É um animal solitário e muito adaptável a diversos meios e temperaturas.
Angú’á pu
Um outro instrumento tradicional dos Guarani, é o tambor "angú'á pu" composto por um cilindro de madeira de "pindó" fechado em ambos lados por duas diferentes membranas de couro.
Este instrumento era utilizado para comunicar a chegada de visitas à aldeia e foi adicionado posteriormente às composições musicais junto com os demais instrumentos.
Karagwatá
As regiões brejosas da Depressão Central, principalmente nas várzeas dos rios Caí, Sinos, Gravataí e Arroio Jacareí eram conhecidas por conterem grandes concentrações naturais destas Bromeliáceas. O fruto era fervido para produzir suco, para fins medicinais. De suas folhas poderiam se extrair fibras.
Ñuhã takuru
Para caçar tatu, os Guarini usavam essa armadilha que era uma espécie de gaiola, colocada na abertura da toca do animal.
Tembetá
Existem entre os Guarani certas práticas ritualizadas de iniciação dos jovens no mundo adulto, como o Kunumi pepy, momento no qual os jovens meninos recebem prescrições dos mais velhos (seus padrinhos) no sentido de "serem perfeitos" (imarangatuvarã) e preparam-se para perfuração do lábio e a utilização do adorno labial denominado tembetá, sinal fundamental dos grupos Guarani. Esta marca é exclusiva dos meninos Guarani, cabendo às meninas entoar (junto com os demais adultos) os cânticos e as rezas específicas para que o rito ocorra com sucesso.
Guǐrapepé
Guǐrapepé
Instrumento utilizado para caçar, principalmente aves. É uma combinação de funda e arco para lançar bolotas de argila ou madeira. Para transportar as bolotas os guarani usavam uma bolsa cilíndrica denominada adjo'i, presa em uma alça, para carregá-la a tiracolo, confeccionada com fibras de gwembe'y (cipó-imbé).
Além dos apartamentos, outros ambientes também levam nomes de origem guarani:
Tupambaé
Terra de Deus. O Tupambaé compreendia as terras que pertenciam à comunidade, e eram mais extensas que o Abambaé. Ali aconteciam as plantações para cultivo em grande escala e as estâncias para a criação de gado.Neste sistema do Tupambaé estavam ainda as fábricas e fornos de telhas e a produção artesanal desenvolvida nos ateliês das reduções. A produção no Tupambaé além de cobrir as despesas administrativas e religiosas da redução, tinha caráter solidário, satisfazendo necessidades da comunidade, na aquisição de produtos não existentes na redução, na guarda como estoque para cobrir deficiências eventuais da produção no Abambaé.
Abambaé
Terra dos homens. Abambaé e Tupambaé são termos Guarani para definir os sistemas de trabalho e de propriedade de bens, no regime das reduções. O Abambaé compreendia uma parcela de terra que era cedida a cada família. Esta terra era trabalhada três dias da semana e os produtos desta lavoura eram de propriedade da família. Dispunham da produção com toda a liberdade, dentro de limitações impostas pelo regime da redução a qual pertenciam.
ânguaǐ
Com o ânguai, (mão de pilão), eram triturados sementes de milho, frutos e se esmagava a mandioca. O ato de pilar é designado como “ayoçog angúa pipê” (moer em pilão). Duas mulheres golpeavam alternadamente com a mão de pilão e uma terceira agregava grãos entre os que iam sendo pilados.
iátyâpẽ
Os Guarani possuíam colheres feitas de madeira e de porongo. Com as cabaças de porongo de forma duplamente esferoidal, de paredes infletidas, cortadas num plano inclinado, produziam uma colher de cabo curvo denominado “iátyapẽ”.
ǐbẽcẽ
O nome Guarani de ralador era“ǐbẽcẽ” e deveria ser confeccionado com incrustação de pequenas lascas líticas em pranchas de madeira. Um dos produtos processados no “ǐbẽcẽ” era a “tipirati”, que era a farinha de mandioca ralada e moída.
tipití
O tipití é um cesto tubular extensível, para prensar a polpa da mandioca amarga com o objetivo de extrair o ácido hidro-cianídrico, tóxico para o homem. Para usá-lo era necessário uma estrutura para fixar o anel superior do tubo e uma alavanca no anel da extremidade inferior, para distendê-lo.
môcaêtá
Grelha usada para defumar ou assar carnes. A palavra “môcaê” (coisa enxuta), com o sentido de desidratar e secar, poderia significar tanto as carnes assadas para consumo imediato, quanto as carnes defumadas para estocagem por algumas semanas ou meses.