A história missioneira foi contemplada em três desfiles de Escolas de Samba do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Acadêmicos do Tucuruvi, GRES Beija-Flor de Nilópolis e Estação Primeira de Mangueira destacaram em seus desfiles a catequização dos índios, as ruínas de São Miguel e o índio Sepé Tiarajú.
1. O índio Sepé Tiaraju foi um dos herois da resistência destacados pela Estação Primeira de Mangueira no RJ
Com 3500 componentes, a escola verde e rosa apresentou heróis "índios, negros e pobres" que a história não contou, entre eles o guerreiro Sepé Tiaraju, que tentou evitar o massacre dos Guaranis pelas tropas colonizadoras de Portugal e Espanha.
O samba-enredo "Historia para ninar gente grande" trouxe à luz personagens importantes que praticamente não foram abordados pelos livros. Estação Primeira de Magueira homenageou o índio Sepé Tiaraju entre outros herois do país que não está no retrato.
A escola recebeu o prêmio Estandarte de Ouro no dia 5 de março. Em tempo: A escola foi campeã do grupo especial de 2019!
"Brasil, meu dengoA Mangueira chegouCom versos que o livro apagouDesde 1500 tem mais invasão do que descobrimentoTem sangue retinto pisadoAtrás do herói emolduradoMulheres, tamoios, mulatosEu quero um país que não está no retrato"
Leandro Vieira, carnavalesco da escola, no início da transmissão do desfile em rede nacional disse que o objetivo era apresentar:
“um olhar para a história do Brasil interessado nas páginas ausentes. A história de índios, negros e pobres, heróis populares que não foram para os livros. Gente que a gente não aprende na escola. É a história de Sepé Tiarajú, Cunhambebe, Teresa de Benguela, Dandara e tantos outros que não tiveram protagonismo”.
A referência feita pela Mangueira foi justamente na figura de Sepé. Uma ala inteira levou o nome do líder que tentou evitar o massacre dos Guaranis pelas tropas de Portugal e da Espanha.
Foto: Dhavid Normando/Riotur
A escola ainda denunciou de modo contundente o genocídio de diversas etnias indígenas ao longo da história brasileira, do período das Bandeiras até hoje. Denunciou ainda as recentes mudanças realizadas sobre a Fundação Nacional do Índio (Funai) e sobre a demarcação de terras indígenas.
2. Ruínas de São Miguel das Missões foram lembradas no segundo Carro da GRES Beija Flor de Nilópolis no RJ
Com o enredo: “Quem não viu vai ver… As fábulas do Beija-Flor”, a escola lembrou os seus 70 anos de carnaval e com isso, do desfile campeão do grupo especial do Rio de Janeiro em 2005, o qual teve como enredo os Sete Povos das Missões e que cantava:
"Em nome do Pai, do Filho a Beija-Flor é GuaraniSete Povos na Fé e na DorSete Missões de amor."
A escola, que é a atual campeã, foi a quinta a desfilar na madrugada de domingo e fez uma coletânea de seus melhores momentos. O carro abre-alas era uma réplica da fachada das Ruínas de São Miguel das Missões, com a cruz missioneira no topo.
3. A Cruz Missioneira e a catequização dos povos indígenas nativos foram destacados pela Escola Acadêmicos do Tucuruvi em SP
Tema Missões foi abordado no desfile da Acadêmicos do Tucuruvi, escola do grupo especial de São Paulo, que teve como enredo a liberdade dos povos: "LIBERDADE… O GRITO RETUMBANTE DE UM POVO HEROICO"
A escola trouxe, logo após a comissão de frente, a ala “Catequização: Resistir para existir”, a qual trouxe para a avenida uma enorme réplica da Cruz Missioneira. Conforme o carnavalesco Dione Leite, ele procurou construir uma história “desde a chegada dos portugueses ao Brasil (com índios no carro abre-alas) às manifestações na Avenida Paulista, em São Paulo”.
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