Há exatos 15 anos, morreu um imortal. Jayme Caetano Braun, payador de São Luiz Gonzaga, das Missões. Ele nos deixou a obra dos galpões, dos velhos campeiros, das paisagens missioneiras, das tropeadas, estilhaços de um “Rio Grande selvagem”, como ele mesmo escreveu.
O legado do payador está vivo nos seus livros, nos versos gravados e, sobretudo, na fala e na memória de nossa gente. Hoje é dia de homenageá-lo e fazer seus versos viverem em outras vozes.
Jayme, payador, poeta e radialista, nasceu na Timbaúva, na época distrito de São Luiz Gonzaga, na Região das Missões, Rio Grande do Sul. Durante a carreira fez inúmeras payadas, poemas e canções, sempre falando do Rio Grande do Sul, dos modos gaúchos, da vida campeira e da natureza local.
"Mas não é a toa - chomisco!
Que sou de São Luiz Gonzaga!"
("Bochincho", Jayme Caetano Braun)
Que sou de São Luiz Gonzaga!"
("Bochincho", Jayme Caetano Braun)
Escultor: Vinícius Ribeiro
Trabalhou, publicando poemas, em jornais como O Interior e A noticia. Passou a dirigir o programa radiofônico Galpão de Estância em 1948, em São Luiz Gonzaga e em 1973 passa a participar do programa semanal Brasil Grande do Sul da Rádio Guaíba. Em Porto Alegre, o primeiro jornal a publicar seus poemas foi o A Hora, que dedicava toda a semana uma página em cores aos poemas dele.
Em 1945 começa a atuar na política, participando nos palanques de comício como payador. O poema O Petiço de São Borja, que foi publicado em revistas e jornais do país, fala de Getúlio Vargas. Participou das campanhas de Ruy Ramos, com o poema O Mouro do Alegrete, como era conhecido o político e parente de Jayme. Foi Ruy Ramos, também ligado ao tradicionalismo, que lançou Jayme como payador, no 1º Congresso de Tradicionalismo do Rio Grande do Sul, realizado em 1954 em Santa Maria.
Casou duas vezes, com Nilda Jardim em 1947, e em 1988 com Aurora de Souza Ramos. Teve três filhos, Marco Antônio e José Raimundo do primeiro casamento, e Cristiano do segundo.
Morreu na capital gaúcha, no dia 8 de julho no ano de 1999, perto das 6h. O corpo foi velado no Palácio Piratini e enterrado no cemitério João XXIII.
Estes versos integram a obra imortal de Jayme Caetano Braun, payador missioneiro nascido em São Luiz Gonzaga, que morreu há 15 anos, com 75 anos de idade.
Há 15 anos Jayme Caetano Braun, um dos troncos missioneiros, nos deixou. Fica a saudade e o legado vivo em suas obras. Sua temática ia desde a expressão de uma devoção ao pago e sua gente, até objetos de seu universo – o galpão, o lenço, a faca, o cavalo -, a história do Estado e uma grande preocupação com a questão social.
A voz de Jayme Caetano Braun está nas várzeas e coxilhas, nesses rostos cujas marcas lembram os sulcos da terra. Versos que trespassam as armadilhas do tempo. Payadas imortais.
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