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28 de fevereiro de 2014

Como eram os povos missioneiros

As reduções seguiam um plano urbanístico designado variando em poucos detalhes entre uma e outra missão. O modelo padrão consistia em uma rua principal que dava acesso à Igreja que era o prédio mais importante de todo povoado. No centro ficava a praça onde ocorriam os desfiles militares, as encenações religiosas e as festas. Em torno da praça ficavam alinhados os blocos de casas dos índios de forma ordenada, o que permitia o crescimento planejado do povoado. 

Junto à Igreja ficavam os prédios utilizados pela comunidade. De um lado ficavam a casa dos padres, as oficinas e o colégio, todos com amplos espaços e grandes pátios internos. Do outro lado da igreja ficava o cemitério e o cotiguaçu, casa que abrigava os órfãos e as viúvas. Atrás da Igreja ficava a quinta dos padres onde eram cultivadas hortaliças e árvores frutíferas. 

Na periferia das reduções, encontravam-se fontes de água, olarias onde se fabricavam os tijolos de barro chamados adobe e as telhas que serviam para a construção das casas, além de cortumes, açúdes, capelas, estâncias e ervais. Segundo Bruxel (1987: 48-49) mesmo que ainda pouco desenvolvidas, existem pesquisas e achados arqueológicos que demonstram a existência de uma rede de esgoto e água que abastecia as reduções que chegaram a possuir cerca de 5 a 6 mil habitantes.

A construção que possuía maiores detalhes e que exigia cuidados especiais na construção era a Igreja, com adornos e talhas em arenito no seu exterior e um grande espaço interior onde encontravam-se grandes telas pintadas à óleo além de grandes altares e esculturas talhadas em madeira.

No plano urbanístico era característico o uso de linhas retas e ângulos de 90 graus, que acabaram influenciando muito na maneira como são as atuais cidades missioneiras. A localização das igrejas e praças também influenciou diversos destes municípios a crescerem no entorno dos centros históricos, e naqueles em que os templos não foram preservados, a igreja da comunidade geralmente se localiza sobre o local da antiga igreja da missão. Comumente se buscava a orientação Norte-Sul e não Leste-Oeste.

De um lado da igreja havia o cemitério. Como era comum as sepulturas eram distribuídas em quatro quartos: para mulheres, homens e crianças. Vale ressaltar o avanço que tinham as Missões, uma vez que havia alguns casos em que sacerdotes eram enterrados na igreja, o que mais tarde foi estabelecido nas cidades espanholas.

No que se refere às etapas por que passaram os ordenamentos urbanos no sistema reducional, podem-se reconhecer duas fases referentes à estrutura espacial interna onde as variáveis, território, arquitetura e organização espacial interagem, diferentemente:
- a primeira fase (século XVII), atendeu às orientações genéricas das Leis das Índias e que, em princípio, preveem pequenos povoados ("pueblos" de índios);

- a segunda fase, quando a redução missioneira adquire sua autonomia compositiva e funcional em relação ao traçado da cidade colonial espanhola, moldando características próprias. Este pode ser denominado de tipologia urbana missioneira uma vez que caracterizou, distinguiu e permite identificar, especialmente, as reduções da Província Jesuítica do Paraguai.

Reunimos os planos urbanísticos dos Sete Povos das Missões:

São Francisco de Borja


São Nicolau
São João Batista (ilustração de dia festivo)
São Miguel Arcanjo



São Lourenço Mártir

São Luiz Gonzaga

Santo Ângelo Custódio



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